Sampa 
Caetano Veloso

« Caetano Veloso
« Testi e canzoni

Caetano Veloso - www.umbriajazz.com  -  Foto G. Belfiore Caetano Veloso - www.umbriajazz.com  -  Foto G. Belfiore
Sampa 
Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João 
É que quando eu cheguei por aqui
Eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente
Não vi o meu rosto
Chamei de mal gosto
O que vi de mal gosto, mau gosto
É que narciso acha feio o que não é espelho
E a mente apavora que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes
Quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E que vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Por que é o avesso do avesso
Do avesso do avesso.
Do povo oprimido nas filas
Nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue
E destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe
Apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas
De campos, espaços
Tuas oficinas de florestas
Teus deuses da chuva Pan Américas
de Áfricas Utópicas
Do mundo do samba
Mais possível novo Kilombo de Zumbi
Que os novos baianos passeiam
Na tua garoa 
Que novos baianos te podem curtir
Sampa
Caetano veloso
Qualcosa accade nel mio cuore
che solo all'incrocio dell'Ipiranga con l'avenida Sao João
Che quando arrivai qui 
non capivo niente
della dura poesia concreta dei tuoi angoli
della non-eleganza discreta delle tue ragazze
per me ancora non c'era Rita Lee
la tua traduzione piú completa
qualcosa accade nel mio cuore
che solo all'incrocio dell'Ipiranga con l'avenida Sao João
e quando ci trovammo faccia a faccia 
vidi il mio viso
gridai di cattivo gusto 
per quel che avevo visto, il cattivo gusto del cattivo gusto
Narciso trova brutto quel che non è specchio
e la mente terrorizza quel che non è vecchio
niente che non fosse prima 
quando siamo mutanti
e fosti un inizio difficile, 
abbandona quel che non conosco
e chi viene da un altro sogno felice di città
impara in fretta a chiamarti realtà
perché sei l'opposto dell'opposto 
dell'opposto dell'opposto
della gente oppressa nelle file, 
nelle ville, favelas
della forza del denaro che erige 
e distrugge le cose belle
della nube orrenda 
che spegne le stelle
io vedo sorgere i tuoi poeti 
i campi gli spazi
le tue fabbriche di foreste, 
i  tuoi dei della pioggia panameriche 
di afriche utopiche, 
del mondo del samba
ma il nuovo possibile quilombo di Zumb
e i nuovi baiani a passeggio 
sotto la tua pioggerellina
e i nuovi baiani se la possono spassare alla grande.